Friday, December 29, 2006

QUANDO MORRER OU SE PREFERIREM A PROPÓSITO DE ALGUMAS SORTIDAS
PARA O REAL

Não sei se já compuseste uma lírica de morte
uma ilusória neblina espessa
onde ambos sabíamos
que havíamos de morrer
Não sei o que é mais absurdo
se a morte se a... vantagem de estar vivo
Quando morrer
penso ir para um cemitério
não sei se naquela altura
dar-me-ão a possibilidade
de exprimir o meu pensamento
Em princípio irei para onde os outros vão
é uma regra social que não penso desrespeitar
pelo menos neste momento não penso em tal
e nos dias quentes de Verão
irei tomar um banho à praia mais próximas
e o grau de poluição não for muito elevado
e se for, nessa altura não terá importância
é verdade, que a minha futura casa fique próximo da costa
é um pedido que não podem recusar
a um condenado
e à noite
descerei com os amigos poetas
até à cidade
e debateremos eternamente
o problema da heteronomia em poesia