Saturday, January 27, 2007

A CELEBRAÇÃO DA VIDA


Vida!
Partículas de abundância celestial
Explosões em mistérios de fogo
Deambulações num despertar passivo
Numa estrada

Vida!
Cogitações num cosmo vivo de sonho
Numa quietude transcendental humana
Semente de vontade ideia a pulsar
Num caminho

Canto no tempo a minha vida
Sou a voz que me desejo
Numa estrada obscura
Farrapos de sombra um canto à noite
Abismo num cativeiro constante
Um arder disperso

Vida!
Crença em formas desconcertadas
Imaginação viva de espanto morto
Passagem irreal por caminhos novos
Numa nova via

Vida!
Respiração salutar num momento de grandeza
Sinto o contágio do meu ego vivo
Numa imagem morta um tormento presente
Um desespero
Num acaso doentio numa tormenta
Num mundo de cavernas soltas
Arremesso de onda
Confusão de sombras em torvelinhos
Divido o passado no fundo do pensamento
Num intenso espanto

Sou o que não sei

Tenho pensamentos soltos
De preconceitos vivos
Em imagens
Espirais em sendas fragmentadas
Pelo poder do meu ego
Num cativeiro

Só me identifico com o homem
Que existe dentro de mim
Quando manifesto
A minha vontade de querer
O que só o sonho me pode dar
Não estou só...

O homem define-se
Pela sua pluridimensionalidade
Nas multiplicidades das suas atitudes
Que determinam uma orientação existencial
Ambígua e multifacetada

Eis o meu modo
Eis a minha forma
O meu ser
A minha vida
E o meu pensamento
Estou vivo
No corpo em que estou
Açambarco todo o conhecimento
Que me for possível
Estou presente
Estou vivo
Sou!

Sou o que não sei

Numa imortal imagem de vida
Luz de ouro em cabelos secretos
Mistérios ancestrais dum povo novo
Ergo os meus olhos para o teu nirvana
Acho-te vida e celebro este momento

Tua vida em mim
Num momento constante
Quero o que só o sonho me pode dar
Necessito de uma causa para tocar a grandeza

No ápice de vida pura
Que vivo
Tu és o meu nirvana
Infinita a amplitude do meu pensamento

Sou o que não sei

A vida é a idealização
Da realidade
Por isso a celebro
Por isso a vivo
No momento da minha vida
Sei que não sabia
Que estava a ser...


Celebro a vida
Sou existir
Acredito numa idealidade possível
A minha...
Que em moldes relativos
Se torna absoluta

Pela vida fora criado
Sempre nunca bem nascido
Aos povos do Universo
À Humanidade em verso
Aqui disperso
Estou abandonado

Num arrazante diálogo
Num abismo sem devaneios
Numa sombra
Ausência de luz em castelos de fogo
Avisto um horizonte de introspecções novas
Numa montanha de ilusões palpáveis

Sou o que não sei

Numa noite de luz celeste
Se vive o dia encoberto
Num dia de modos e formas
Se vive a noite um desejo

Sou o todo
Que me interessa
A vida que celebro
E tudo o mais
É um horizonte
Que se perde numa manhã de nevoeiro
Eu sou o todo
E o mais é nada

Imagino um universo enexistente
Dentro do meu ser
Cada uma das minhas partes
É igual ao meu todo
Sou primo do Aleph
Contemplo-me para além do infinito

Sou o que não sei

Quero o que só o sonho me pode dar
Necessito de uma causa para tocar a grandeza

Profeta da imagem
O túnel que nos conduz a ti
É o da existência
Olhos que vêm estrelas cintilantes
Ouvindo histórias fantásticas

Profeta da luz
Vibrações emanas até nós
A pura escolha
Está dependendo do teu olhar
Enquanto ouvimos histórias fantásticas

Até ao sol
Deixa o meu pensamento dormir
Vivo a madrugada
Dum novo dia
Aonde os meus olhos
Para ver a tua face
Num secreto som que me silencia...

Entristeço-me quando não te vejo
Celebro-te no meu ser
Num desafogo único

Então ouço um milhão de vozes
Contando histórias de crianças
Sabendo o segredo da tua vida
Apesar de não estares presente

Em neblina áspera que sufoca a vida
Vejo-me sacudido e sofro
Numa visão solitária

Então ouço um milhão de vozes
Contando histórias de crianças
Numa eminência e num sopro
Que despertam para a tua luz

Sou o que não sei

Procuro a floresta de sol
No silêncio das estações
Há qualquer coisa que se move
Aqui jaz um dia longo

Então num momento
De esperança máxima
Descubro o sentido supremo
Da minha celebração

A vida abrange-me
Só sou o que não sei

Subo à montanha da vida
Sou um visionário
O que te digo
É o resumo do meu pensamento
Aquilo que te ofereço
É a globalidade do meu ser
E da minha liberdade