Friday, February 16, 2007

PRÓLOGOS

As minhas obras
não são sobre óptica
Com isso
não quero dizer
que a minha arte é fraca
Em riqueza
excede o espírito
Não é uma questão de dom
mas de desabafo
A poesia contemporânea
é feita de desabafos
acerca do real do homem
Quer o inteiro e o mais íntimo
O poeta ergue o dedo
pelo menos o mundo
é o que ele deseja
e o efeito das nossas imagens chama-o
A língua alcança-o
Fruir a língua
criar um outro que reino
uma arte para ser arte
Uma casa para ser nossa
Fundo o herói no sentir
As lágrimas das cidades
ficarão para trás
Os nossos sonhos
Têm as marcas de pedras rachadas